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Phantasm
"Vá, apenas desta vez, a pesada curtina de escarlate borrado não caiu.Apenas todas as cores de tudo aquilo que tomavamos como nossa arte, como a nossa bela e incerta arte, partiu e levantou."
-----------------------------------------------------A beleza de tudo o que antigamente a minha língua soube silvar.A cara renunciada á retorcida chona, ataviando o olhar infinito no seu espelho aguazil.Tal espelho de que jamais peguei com mãos de pegar, nunca com mãos de um Génio audaz.Burlesca essa noite que vem de encontrões de força à minha janela escalavrada.
Vá lá, a dor não custa em demãos esquecidas. Admite, o brilho de todos os sonhos encabados e esquecidos decerto não me enganam o ouvido.Admite que sou somente uma pequena lâmina de relva, que invés de acompanhar o universo cresceu demasiado perto nesse teu betão infértil. Avultou demasiado, quiçá demasiado pouco.Vá, apenas desta vez, a pesada curtina de escarlate borrado não caiu.
Apenas todas as cores de tudo aquilo que tomavamos como nossa arte, como a nossa bela e incerta arte, partiu e levantou.Por ventura esta força inebriante que sentia enrolado no teu cheiro cândido e inócuo virou sujo e pervertido, virou franzino e inconcebível.
Vá lá, deixa me poupar estas palavras, nesta altura onde todo o dito vale de nada, usa toda essa vontade de digladiar o ar, de avassalar a terra, mar na minha memória fantoma.Na memoria primaveril de todos os solstícios do verdadeiro.
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