quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Phantasm

far Pictures, Images and Photos
"Vá, apenas desta vez, a pesada curtina de escarlate borrado não caiu.
Apenas todas as cores de tudo aquilo que tomavamos como nossa arte, como a nossa bela e incerta arte, partiu e levantou."

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A beleza de tudo o que antigamente a minha língua soube silvar.
A cara renunciada á retorcida chona, ataviando o olhar infinito no seu espelho aguazil.
Tal espelho de que jamais peguei com mãos de pegar, nunca com mãos de um Génio audaz.
Burlesca essa noite que vem de encontrões de força à minha janela escalavrada.
Vá lá, a dor não custa em demãos esquecidas.
Admite, o brilho de todos os sonhos encabados e esquecidos decerto não me enganam o ouvido.
Admite que sou somente uma pequena lâmina de relva, que invés de acompanhar o universo cresceu demasiado perto nesse teu betão infértil.
Avultou demasiado, quiçá demasiado pouco.
Vá, apenas desta vez, a pesada curtina de escarlate borrado não caiu.
Apenas todas as cores de tudo aquilo que tomavamos como nossa arte, como a nossa bela e incerta arte, partiu e levantou.
Por ventura esta força inebriante que sentia enrolado no teu cheiro cândido e inócuo virou sujo e pervertido, virou franzino e inconcebível.
Vá lá, deixa me poupar estas palavras, nesta altura onde todo o dito vale de nada, usa toda essa vontade de digladiar o ar, de avassalar a terra, mar na minha memória fantoma.
Na memoria primaveril de todos os solstícios do verdadeiro.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sun of Endings

black moon that covers the sun Pictures, Images and Photos

Go and don’t come back.
Go away to your back-alley nuisance of a tragic ending.
In final words of utter elucidation, I feel it’s universal, like a lake full of dynamite.
I feel it to be right this way, the quaintest of blood, rolled into a bright night.

I feel your décolletage so close to my hands, a crushing of imperial momentum.
I grasp, despicably, the irony of these self-guided fires.
I exhale tiresome, the gale of your known belief.
I sovereign, rule all of your flaming blasphemies.

Do not rebuff your own twinge, our own overpowering, throbbing, full-fledged drug.
It’s scarlet of steel, stainless steel like those arms of a thousand apparatus of hope.
It’s been around forever, kissing underneath all of your slaves.
Maybe soon, you’ll reverie of white spirit.

Someday, you’ll do the best you can, the best of runs in some old stale Vegas death casino.
But never today.
Not wasting my love.
Today, all of the blistering truths won’t do my hell.
Own another personal bereavement, manslaughter in someone elses nameless humankind.
I know too fucking well, those knives drenched in ruby thirst.
I knew too well, where the up stall was.
The up stall of a final looming weirdness, too fucked up to die, too dead to exist.
Like the never coming pre-dawn chaos of all faith and filth.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A(na) / (mo)

love Pictures, Images and Photos

Este texto, vai ser em todo a sua cor, aquilo que consigo pensar.
Vou tentar abranger todos os recantos mais poeirentos e delapidados do nosso jardim sonhador.
Percebe, pois é para ti, menina da hora incerta.

És neve que acalma em cima de serras ventosas, fogo que se instrui em mim.
Lume brando que se regurgita nos meus pensamentos mais imperceptíveis, nas minhas palavras mais surreais. Nesta prosa poética indigna de ser escrita por cima de tudo o que és.
Mereces ser alimentada, crescer, atear o todo do tempo e da extensão.
Flama de tudo aquilo que foste, és, serás.

Será que imaginas as noites sem o teu baloiço seguro e velho?
Será que por vezes baloiças para a minha roda perigosa e incolor?
Morrerias um dia abraçada a todo o diâmetro da minha complexidade giratória?
Será que infeliz, me abraçarias, num gesto resignado de vontade incorrecta?

Não tenho a tua vontade estudantil neste parque infantil, de que nada tem de pureza juvenil.
Quiçá estas rimas idiotas não pintarão um dia de preto os teus sonhos mais assustadores…
Baloiça na chuva doce, real Ana.
Baloiça nessa tua felicidade, que tanto tento assolar com o meu ego.

Baloiça e nunca olhes para o chão, não vejas onde estou. Não morras por favor!
Descansa, apoia os pés na minha condescendente mágoa, dá-me a felicidade pela ponta dos teus pés.
Embala-te para a frente, nunca para trás, perpetua o teu olhar e que nunca lágrimas tuas me caiam na minha cara poenta.
Estás feliz a tua maneira, com o teu jeito que amo como meu, com o teu toque frio e atrevido que saboreei nos comboios.

Poderia reentrar no teu trem. Distante, na carruagem equidistante a tua.
Podia correr ao lado, como corro agora na minha mente infértil e maldosa.
Olha pela janela e vê a chuva em toda a sua ociosidade sobre mim.
Vê como a combato por ti, inutilmente.
Deixa me parar um pouco… Espera!


run. Pictures, Images and Photos

Espera pela esperança reflectida que deixastes para trás na paragem.
Naquela mesma paragem onde pude sentir o teu abraço, docemente verdadeiro, como se toda a mentira de todos os mundos fosse obsoleta.
Nesse jogo lógico, fui feliz. Nessas tardes corridas, consegui cheirar e tocar o mundo contigo.

Fiquei para trás como este texto pobremente estruturado.
Que queres?
Sinto demasiado agora.
Sinto me demasiado exangue para escrever sobre o nós.

Não mereço o teu bálsamo branco, irmão da tua pele igualmente leitosa.
Não granjeio o teu bafo distante, dos sorrisos que fracamente faço lembrar na tua face.
A tua face… Tenho saudades da tua face escondida em sentimentos quando distante do nosso todo.
Recordas-te?

Recordas-te como ria-mos e fugíamos às horas que teimavam em pregar gambérrias?
Lembras-te como a distância e o tempo nos tramaram?
Lembras-te como te prezava?
Lembra-te…

Enfatuo o meu choro, pois admito que mereces as lágrimas. Mereces o sal.
Não quero lacrimar longe de ti.
Merda!
É infernal estar longe do teu coração vermelho e preto.

É horrível estar tão perto da tua dolência confusa. Dessa tristeza que afogas, golo a golo, na tua meia de leite nostálgica. Emparelhada pelo futuro que desejo.
Vem tempo, vai distância, abraça-me e afinca-me essa faca que sei que tens junto ao peito.
Morde a minha carne pelo que nunca poderá ser. Pelo “nós” inconjugável.

Pelo “nós” que deixei morrer atropelado pelo teu comboio.
Não culpo o maquinista.
Mima-te, leva-te mais aquém que os carris conquistam.
Ama-te, como tu mereces.

Estou triste Ana.
Estou triste por tanto.
Estou choroso e frio.
Estou perdido e não quero ser achado.

Como ostentava o teu amor…
Como negava a separação dos céus negros.
Como te beijava a chuva, sentido e perfeito.
Como te sinto agora.

Como gostava de termos descobrido o amor carnal juntos e inseparáveis por qualquer parede ou espada que se atrevesse a atravessar a nossa pele quente.
Merda Ana! Como gostava de ter sido o único franzir da tua testa, o único ripostar hirto de uma ou outra discussão.
Como gostava que me amasses.

Vou escrever sempre neste bocado de papiro evoluído. Sempre que te despires em letras pensadas por mim. Sempre que rastejares límpida por todas as minhas noites sonhadas.
Vou escrever sempre neste bocado de papel intocável.

Desculpa a simplicidade desorganizada de todos estes pensamentos mas tudo o que és em mim é de uma simples infinidade complexa.
Tudo o que conjecturo nos teus olhos, está embainhado, tal pistola ou cume de faca, no indizível, inenarrável.
Existes perfeita e intangível nos meus textos.

Só nos meus textos.

Chorei, choro, chorarei.
Amei, amo, amarei.
Te.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Screaming blur

Não sei o que às vezes me faz revolver.
Não sei o que me faz voltar ao teu caminho.
Gostava de ir, se calhar, ficar no banco rodeado de todas as nossas canções.
Não contemplar, não escolher, deixar que por vezes, quase sempre, venhas e te sentes ao meu lado.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Mar.

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Arremata um fresco e antigo repartido mujo, assim pequeno entre dentes.
Tem medo, aquele jovem que anda trapezista numa falua.
Anda de passos largos, como se sofresse de excesso de confiança.
Embora queda a olhar em cima de ingratas águas passadas, que ficam a beira de seus ténis rotos.
Não consigo entender aquele adolescente aluado de olhos ministrados.
Areei olho e domingueiro já a dormir estava nos embarcadoiros.
É triste, a miudeza embarcada em poros forçados e lascados por águas paradas.
Ouve nada ou pouco do que o beijo do Sol lhe impõe ao olho.
Será que as manhãs o trazem? De onde virá o postule da vítrea, capataz dos seus lábios?
Rara vez em que lança pé fora do ancoradouro. Será que espera algo de entre a tez serena?
Sempre que passo já de crepúsculo pelos “seus” mares, que a maresia se dispersa em vaga lacrimosa.
Quem é o rapazote dos fraquejos? Nunca me olhei nos seus olhos, culpo o medo do nublado.
Pensador arrasta e aformoseia tempestas com uma arma impermeável.
Que te poderá fazer voltar costas ao mar? Rapazote nacarado do nada que viestes.
Será o frio que lhe cinzelou a cautela pelos trapos frios e rotineiros da manhã oceânica?
É inebriante como o tempo não o rodeia, como as tépidas areias não lhe aparentam dor.
Não o vejo descer uma ou outra rua frustrada de terra, apenas céu e azul-alaranjado.
Nem fundões o matracam fora da sua altiva orbe vincada no ciclo dial.
Ardor que este deita, cheiroso a uma trupe melancólica de vinte e quatro baionetas cansadas.
Não entendo o conhecimento daquele pequeno marujo, velho e de inesgotável louvor.
Como maltrapilha a fome, o negro, a pálida viagem contra-maré, imaginária.
Como de porto torpe se aguenta rés aos magros trovões das noites.
Não entendo a força da miudeza largada ao Deus-dará.
Desconheço-o de todo, mas firma-me a oriunda esperança de algo que provavelmente não virá. Admiro, apraz, o escuro pateta da mocidade.
Onde a força calada de gritar para este se murmura a sós para mim mesmo:
“Chuta o mar para trás, pousa o sal do espaço infindo e olha para as terras, miúdo.”

Enxagua-se no pouco tempo seco, abraçado por demasiado tempo ao longe do mar.
Envereda não mais longe que a areia húmida, encarrila não mais perto que o empedrado.
Numa estranha portela esquecida algures no areal, põe-se ao lado do oceano.
Num vortex que artimanha o paradoxo, existe.
Conquanto, me parece que este pequeno ente se cansa de pouco em pouco da tarde alastrada.
Cheira-me que o seu fanatismo pelos tons frios da palete que se estende ínfima nevou.
De manhãzinha já não sinto o seu excêntrico bolchevismo perante o azul.
Sinto que o freio no trovão está para enferrujar, forte.
Arriscar desequilibrar o quebra-gelo que mantém a nostalgia presa a âncora do menino?
Tenho terror de gelar ao tocar nas farpelas molhadas que cobrem a pele do passado, do seu presente deslustrado.
Tenho medo da sua calma aparente, do seu nervosismo crescente, do seu intuindo agoirento d’algo que ao invés do Sol, não se erguerá.
O seu nervosismo teima as ondas a crescer, perspectiva-se no cinzento véu da penumbra que tapa a luz.
Está para chegar o que não vem de encontro a ele, esta para chegar o assento final junto da doidice.
Curiosa, esta praia desprovida de quaisquer chapéus-de-sol, completamente inviolada por cigarrilhas desbocadas por algum fumador.
Será por isso que se prende ao branco desta pequena praia escondida pelo grande pontão?
Será que simplesmente se consolou de procurar outra perfeição balaustrada pela água?
De última passagem por esta praia, antes de voltar às terras, não vi a miudeza junto do seu aporto.
Parei, atónito, esguichei olhares rasantes por toda a pequena longitude do calçado; onde está o pequeno sofrido?
Mirei de longe, estava, pouco longe da espuma aguazil, ajoelhado diante o enorme vazio mareante.
De braços estendidos adjunto ao corpo, tal ode ao céu, encontrava-se o jovem alheio.

De derradeiro galanteio soberbo, na última bonita, lusa maré, vitimou o Sol, praguejou os céus.
Patrono, afastou nébulas e névoas, olhou de chispe para o arneiro e ceifou a dor.
Do mais puro final, inclinou-se junto aos réus, fraquejou por fim, salpicou de sal todo ancoradoiro.
Louvei ganas e cheguei-me, a medo questionei:
“Que se passa rapaz?”
De olhos lunares, cheios de insípida vida respondeu:
“O Sol corre dos céus, e todas as noites beija o mar. Desejo o horizonte senhor.”
Perplexo e fascinado, perguntei o porquê ao menino encapuçado pela neblina ao qual respondeu baixinho, sussurrando mais ao vento do que a mim:
“O Sol sempre trai o olhar jus a distância, o mar é incerto como o escondido. “
“Mas o horizonte imaginário, irreal, sempre será fiel aos olhos.”

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Silêncio

5 Pictures, Images and Photos

Não temo nada agora, pois temo nada, nada te teme, nada nos teme.
Nós não tememos nada.
Estamos agora in vitro, em falácias faladas pelo teu silêncio.
Estamos exasperados por peças musicais incompletas.
“Vai-te foder!”

Cada silêncio e olhar que se sombreiam são nossos, puros.
Cada pranto teu, desenfreado que a minha força não consegue travar.
Todo o fumo vermelho de cigarros que o desejo impede de acabar.

“Whatever.”
Cativa-me na tua singela ignorância. Cativa-me em mentiras que não me importo em cair.
Captura-me no teu sopro, que uiva por aí.
Oiço-o.
Ouves o meu quando te suspiro na orelha?

“Vai pó caralho!”
Não me parto, não grito. Apenas o silêncio reina em mundos variáveis por nós.
Não choro mais.
Perco estribeiras vocabulares, pois não é justo descrever aquilo que sinto por ti.
Não quero. Não me é possível.
Amo-te Maria.

sábado, 25 de outubro de 2008

Paris em chamas sóbrias

flames Pictures, Images and Photos

Um pouco ou nada tocado pelo néctar delicioso de deuses maliciosos, cuspo em cima de folhas de papel.
Escarro desejos inglórios, desgostos, venturas de morte e destruição intrínsecas.
Deixo-me enganar em textos escritos em tinta pelos meus próprios dedos.
Erro crasso, falho, enlaço.
Surpreendo-me por esta lucidez utópica, perturbada por sangue.
Livro de escadas imortais, sangra, sangrento de choro olhado escrito.
Olha para mim agora, decadência penosa inerente a todos comuns imortais, ou mortais quererei dizer?
Conjunções, palavreados, amor inútil, fútil, palavras trocadas em bocados mal ajeitados.
Não vejo bem agora, não te vejo bem, não vejo teu pelouro viajante por estradas corridas a pé enérgico, cansado, enfatuado por fogo meu.
Estou cansado de contradições estúpidas parvas. Estou cansado de sinónimos vomitados em cima de significados contrastados em azul negro, negrume, vaga-lume, vagabundo de éster.
Sentido escapa entre organismos destinados a um rodapé do fim de capítulos finitos e infindáveis.
Dá-me força agora neste momento reinado por nada, dá-me trupes escanzeladas, força-me a construí-las vezes sem conta.
Força-me a pensar, tortura-me até interrogar veras vermífugas, vermes, vermelho sangue, sangue, céu capaz.
Não consigo olhar agora, nunca olhei, não vou falar, olhar, falar de novo, falar, falar.
Abjuga-me. Decide escolhas merdosas, nervosas, medrosas demais para tomar partido, tenho dito.
Odeio as cores que mal me olham.
Escuridão insensata. Amo-te erro.
Erro, amo-te, fala-me, ouve-me.
Erro, falha, erro chama, erro mata, erro arde, erro ama.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Untruth

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Deixa-me rir, deixa-me ir.
Permites-me por escrito ir nas tuas balelas, mentiras piedosas de um coração que de verdade já se esgotou?
Manda embora o resto da minúcia de veras não atendidas, chamadas perdidas.
Chama me agora, antes que me vá por escrito nas tuas balelas enganosas que deixas perdurar, soar, ecoar, nuvens fora.
Liga-me agora, deixa o teu pranto a seguir ao sinal sonoro.
Deixa-nos mentir um ao outro, sem qualquer silêncio capataz.
Já me escrevi por escrito a ti, abaixo assinado, tenho dito.
Entre falazes invictas, desditas por entre geada, entre sombreados lívidos, por adiante de céus, mares, mundos e fundos, fala uma verdade, deixa-me ouvir e escreve-la em pedra, fogo que apraz.
Desliga o telefone agora na face de mil caras vazias, diz o adeus temperado a sal bruto.
Liga-me mais tarde, o tempo de mensagem terminou.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Noites pardas

Vinte e duas luas que sorriem entre si, num jeito trapezista de provocação.
Nalgum espectáculo em que o céu ornava e pairava de palco aos seus desafios.
Quatro de duas noites, ora outras duas que caíram, pavoneavam-se tal pardos entre si.
Vinte e uma luas, ora outra que saiu para se juntar á noite parda, malfadam qualquer véu de escuro que apareça de fino.
Acima da noite, se vê uma magreza dum brilho deixado pelas Luas e noites que caíram, um brilho tal e qual de olhos listados de cor espontânea, numa outra cara listada de erros vergonhosos.
Luares que se amalgamam e que largam ríspidos sorrisos, entre olhares que muito dizem.
Olhares que pingam tudo de um pouco. Tudo de um pouco de todos os sentimentos que os lábios lunares nunca se atreveram a sussurrar, muito menos vociferar.
Vinte luas, sozinhas, nada conseguem suspirar.
Nenhuma outra noite, não a consegue beijar.

domingo, 12 de outubro de 2008

Logro

burning flowers Pictures, Images and Photos

Não estremece, pequena folha que não consigo ler.
Parece que não gostas deste verde pintado com que te escrevo.
Odiarás o odor do cume de tudo o que de belo, uma única palavra rósea tem?
Garota folha que ninguém consegue ler, dá-me um lume brando para te conseguir ver.
Não tenho mais tinta para te subjugar, letras viris que não condizem de todo contigo.
Não consigo oferecer-te a luz que me chama, logro, entristeço com o calmo frio.
Consegues ver além do que perspicazes ilusões que amo?
Não apaga, pequena folha que não consigo ler.
Não te vou dar flores que de encontro ao chão, não escrevem nada.
Parece que desgostas até do triunfante vermelho que se espalha com orgulho no nosso chão.
Odeias de verdade o cheiro de tudo aquilo que disse por ti, especial.
Pequena folha que não consigo ler, a chama não te reclama nem chama.
Pequena folha que nunca conseguirei ler, parece que não odeias de todo ramos em chamas.
Apenas, á chama não respondes, nem o fogo te reclama.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

The Vici

Tinha, passei a ter nada do que a etérea certeza que a esperança existe em todos os erros.
Certeza de que o quê? Do quê?
Certeza que nada mais que o tudo, envolve a metade do obsoleto de palavreado que todos gostamos de reinventar, mas que não conseguimos pois já o temos escrito em tudo.

Já o escrevi em lugares nidificados em gotas azuis, em telas que ainda não comprei.
Já o apaguei sem eira nem beira só pelas lágrimas cinza que encandeiam fracamente o preto de telas que já guardei.
Abstraído de todas as correntes de zero a um, que pensaram por mim, esse escrito que já me olvidei de pintar.
Largos arcos de borralho que arrefecem pelas minhas pinturas a fora.
Vagos espirros do nada colorido pelo tudo de todo o palavreado do futuro que quero tomar já e agora.
Surrealismo romanticamente embaciado, ingrato como desculpa subtil pelo meu mau jeito de pintor.

domingo, 21 de setembro de 2008

Céu

Um olhar libertino sobre caís, docas, céus e infinitos lugares infindáveis.
Nesses lugares cobertos pela íris cega de superioridades imagináveis, só e apenas, pela pureza de uma criança não existe bom tempo que faça jus ao azul abalroado por um e outro branco gentil.
A chuva e o rasgar de tempos por limpos rasgões é apenas outra espécie de bom tempo.
Nada que nenhuma neblina possa mistificar.

Claro como um grande espelho inviável aos olhos, mas verdadeiro ao coração.
Ofusca pelas falhas inexistentes que de mestres brincam pela sua superfície.
Um grande espelho espiral, cheio de milhentos lugares vermelhos que o limpam dia após noite.
Ver-te-ei do outro lado desse céu? Desse espelho que só te reflecte a ti?
Quererás mesmo tocar-me e arriscar afundar e partir céus e terras por mim?
Não me toques nunca, far-te-ei mal, picar-te-ei, magoar-te-ei como lascas desse vidro puro que não queiras atrever-te a partir.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Comboio

Existem conjucturas assombrosas entre vidas aparentemente díspares, afastadas à distância de um tiro no escuro.
Mas acredita em mim senhora das escritas, nunca me aborri tanto como quando disparei contra nós.
Já lá vai o comboio das cinco, e nele partiste tu apressada com medo que a tua juventude te fugisse por entre os carris.
Estou na estação vestido de um preto inexorável a correr atrás do comboio que não pára.
Espera.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Não abeato.



“Não, erradamente não penses que me esqueci de ti.
Não te enganes assim, que eu não deixo.
Não teimes comigo, que sabes que eu sou o dono e o senhor da razão.
Que eu sei tudo e nada pode provar em contrário.
E infelizmente também sabes que, só sei o desacertado do que penso e só tenho o que escrevo.
Volta e deixa-me ter o que tu escreves apaixonadamente outra vez.”

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Unforgiven

What I've felt
What I've known
Never shined through in what I've shown
Never be
Never see
Won't see what might have been
What I've felt
What I've known
Never shined through in what I've shown
Never free
Never me
So I dub thee unforgiven.