quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Noites pardas

Vinte e duas luas que sorriem entre si, num jeito trapezista de provocação.
Nalgum espectáculo em que o céu ornava e pairava de palco aos seus desafios.
Quatro de duas noites, ora outras duas que caíram, pavoneavam-se tal pardos entre si.
Vinte e uma luas, ora outra que saiu para se juntar á noite parda, malfadam qualquer véu de escuro que apareça de fino.
Acima da noite, se vê uma magreza dum brilho deixado pelas Luas e noites que caíram, um brilho tal e qual de olhos listados de cor espontânea, numa outra cara listada de erros vergonhosos.
Luares que se amalgamam e que largam ríspidos sorrisos, entre olhares que muito dizem.
Olhares que pingam tudo de um pouco. Tudo de um pouco de todos os sentimentos que os lábios lunares nunca se atreveram a sussurrar, muito menos vociferar.
Vinte luas, sozinhas, nada conseguem suspirar.
Nenhuma outra noite, não a consegue beijar.

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