sábado, 25 de outubro de 2008

Paris em chamas sóbrias

flames Pictures, Images and Photos

Um pouco ou nada tocado pelo néctar delicioso de deuses maliciosos, cuspo em cima de folhas de papel.
Escarro desejos inglórios, desgostos, venturas de morte e destruição intrínsecas.
Deixo-me enganar em textos escritos em tinta pelos meus próprios dedos.
Erro crasso, falho, enlaço.
Surpreendo-me por esta lucidez utópica, perturbada por sangue.
Livro de escadas imortais, sangra, sangrento de choro olhado escrito.
Olha para mim agora, decadência penosa inerente a todos comuns imortais, ou mortais quererei dizer?
Conjunções, palavreados, amor inútil, fútil, palavras trocadas em bocados mal ajeitados.
Não vejo bem agora, não te vejo bem, não vejo teu pelouro viajante por estradas corridas a pé enérgico, cansado, enfatuado por fogo meu.
Estou cansado de contradições estúpidas parvas. Estou cansado de sinónimos vomitados em cima de significados contrastados em azul negro, negrume, vaga-lume, vagabundo de éster.
Sentido escapa entre organismos destinados a um rodapé do fim de capítulos finitos e infindáveis.
Dá-me força agora neste momento reinado por nada, dá-me trupes escanzeladas, força-me a construí-las vezes sem conta.
Força-me a pensar, tortura-me até interrogar veras vermífugas, vermes, vermelho sangue, sangue, céu capaz.
Não consigo olhar agora, nunca olhei, não vou falar, olhar, falar de novo, falar, falar.
Abjuga-me. Decide escolhas merdosas, nervosas, medrosas demais para tomar partido, tenho dito.
Odeio as cores que mal me olham.
Escuridão insensata. Amo-te erro.
Erro, amo-te, fala-me, ouve-me.
Erro, falha, erro chama, erro mata, erro arde, erro ama.

Sem comentários: